terça-feira, 30 de abril de 2013

HOMENAGEM À MEMÓRIA DE AQUILINO RIBEIRO


CONFERÊNCIA: "Homenagem à Memória de Aquilino Ribeiro por ocasião do Cinquentenário da sua Morte.

ORADOR: Mário Soares, António Valdemar e Manuel João Lemos de Sousa;
DIA:
23
de Maio (15 horas);
LOCAL: Academia das Ciências de Lisboa;

“A palavra foi para Aquilino Ribeiro o espelho do mundo: uma expressão de vida e de cultura, um instrumento de trabalho, de realidade e de ficção; um encontro permanente com as raízes; e uma descoberta contínua das virtualidades da língua portuguesa. Fez da literatura – caso muito raro entre nós – um ofício em tempo inteiro e empenhou-se na dignidade da condição social do escritor e do seu estatuto profissional (…)

As atribulações da militância política no final da Monarquia e contra o regime de Salazar não conseguiram ofuscar o prestígio de Aquilino Ribeiro. A Academia da Ciências de Lisboa sempre lhe reconheceu os altos méritos. Atribui-lhe, em 1933, o Prémio Ricardo Malheiros ao livro As Três Mulheres de Sansão; admitiu-o, em 1935, como sócio correspondente; elevou-o, em 1958, e por unanimidade, a sócio efectivo. Também partiu da classe de Letras da Academia das Ciências a comemoração, em 1963, das bodas de ouro do primeiro livro, Jardim das Tormentas, prefaciado por Carlos Malheiro Dias.

O jubileu do escritor foi um acontecimento memorável em todo o País, interrompido pela morte inesperada que o surpreendeu a 27 de Maio de 1963, em plena apoteose literária. Decorria, entretanto, uma mobilização nacional e internacional para que lhe fosse atribuído o Prémio Nobel da Literatura”

[António ValdemarLER AQUI]
 
J.M.M.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

I CONGRESSO I REPÚBLICA E REPUBLICANISMO

Encontra-se aberto a todos os interessados, a fase de Call for Papers para o I Congresso da I República e Republicanismo, que se vai realizar em Coimbra a 4 e 5 de Outubro de 2013. Assim, todos os interessados devem apresentar propostas de comunicação até 31 de Maio de 2013.

Esta iniciativa resulta da parceria entre o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e tem a seguinte comissão organizadora: António Rafael Amaro (CEIS20); João Paulo Avelãs Nunes (CEIS20); Luís Farinha (IHC); Maria Fernanda Rollo (IHC); Vítor Neto (CEIS20).

Pode ler-se na nota de divulgação deste Call for Papers:
O encontro I REPÚBLICA E REPUBLICANISMO é promovido pelo Centro de Documentação e Estudos sobre a História da I República e do Republicanismo.

O Centro República (http://www.centrorepublica.pt) tem por missão garantir a preservação e a disponibilização do património digital, bibliográfico e documental produzido e reunido no âmbito do Programa das Comemorações do Centenário da República e realizar iniciativas destinadas a promover a investigação e a elaboração de estudos científicos sobre a I República e o Republicanismo.

Entre essas atividades inclui-se a realização de um congresso anual dedicado à apresentação de estudos no domínio da História da I República e do Republicanismo.

O I Congresso do Centro República realizar-se-á em 2013, organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), e pelo Instituto de História Contemporânea (IHC) da FCSH – UNL.

O Congresso terá lugar em Coimbra, na Faculdade de Letras, nos dias 4 e 5 de Outubro de 2013.
Este importante fórum de discussão aberto e pluridisciplinar, decorridos que foram três anos sobre as comemorações do primeiro centenário da implantação da I República em Portugal, procurará analisar o caminho percorrido pela investigação em resultado das mais recentes conclusões, contribuindo ainda para que, a partir destas, se alargue o espaço de reflexão e de conhecimento sobre o republicanismo enquanto movimento político, ideológico, filosófico e cultural, mas também para que se renovem as interpretações sobre as experiências históricas concretas de afirmação e/ou rejeição do modelo republicano.

O encontro I República e Republicanismo reúne intervenções proferidas por conferencistas internacionais e nacionais convidados, bem como a apresentação de comunicações submetidas através de call for papers.

A seleção das propostas será orientada pelo propósito de garantir o máximo de qualidade, originalidade e diversidade dos trabalhos.
Call for Papers: as propostas de comunicação devem ser apresentadas num texto máximo de 500 palavras e devem ser acompanhadas por três palavras-chave. Os proponentes deverão juntar uma breve nota biográfica (200 palavras), assim como a filiação institucional e contactos do autor ou autores (email e telefone).
As comunicações têm a duração máxima de 30 minutos e poderão ser apresentadas em português, castelhano, inglês e francês.
Submissão das Propostas de comunicação: até 31 de Maio de 2013.
Data da comunicação aos autores dos resultados da submissão das propostas: 30 de Junho de 2013.
Divulgação do Programa: 31 de Julho de 2013.

Está também disponível para consulta o portal do Centro Republica onde se disponibiliza alguma informação sobre as iniciativas que vão continuar a realizar-se depois das Comemorações do Centenário da República, com destaque para a disponibilização digital de material produzido no âmbito do centenário.
Um espaço a visitar com a lguma regularidade, pois novos conteúdos vão sendo gradualmente acrescentados.

Um conjunto de iniciativas a que o Almanaque Republicano se associa na divulgação do portal e dos projectos que entretanto forem sendo avançados.

A.A.B.M.

domingo, 28 de abril de 2013

TRABALHO E INDÚSTRIA: CRISES E MUDANÇAS (SÉCULOS XIX -XX): COLÓQUIO



O Instituto de História Contemporânea (IHC) vai levar a efeito, nos próximos dias 2 e 3 de Maio de 2013, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, um interessante colóquio subordinado ao tema Trabalho e Indústria: Crises e Mudanças (Séculos XIX-XX), no âmbito do II Encontro Anual de Políticas Sociais.

Pode ler-se no texto de apresentação:
O mundo do trabalho adquiriu uma nova dinâmica com o advento da Revolução Industrial e da industrialização .Surgiram então novas formas de organização do trabalho que não tinham apenas impacto ao nível da produção e produtividade, mas também ao nível do trabalhador, impondo formas, métodos e ritmos que escapavam à lógica tradicional, quebrando e substituindo os vínculos profissionais pré-existentes. Trata-se de uma temática ampla, complexa em múltiplas dinâmicas e lógicas, envolvendo problemáticas diversas como a questão da formação profissional, da integração no mercado de trabalho e das políticas de protecção e integração social do trabalhador.

Entre tudo, está sempre presente o impacto das conjunturas: políticas, económicas e sociais tornando-se indispensável observar as problemáticas do trabalho e da industrialização e do desenvolvimento industrial considerando o impacto das crises e das soluções apresentadas pelo Estado, pelas associações patronais e pelos sindicatos.

O programa completo do colóquio pode ser consultado AQUI.
Por seu lado, os resumos das comunicações e respectivos currículos pode ser consultado AQUI.

Com um conjunto ainda assinalável de investigadores destacam-se as presenças de José Maria Brandão de Brito, Teresa Nunes, Fátima Mariano, Joana Dias Pereira entre vários outros.

Com os nossos votos do maior sucesso nesta iniciativa.

A.A.B.M.

A REVISTA "INTEGRALISMO LUSITANO" (LISBOA: 1932-1934): CONFERÊNCIA

No âmbito do ciclo de conferências Das Revistas Políticas e Literárias no Estado Novo, organizado pela Biblioteca Museu República e Resistência e pela Hemeroteca Municipal de Lisboa, vai realizar-se na próxima terça-feira, 30 de Abril, pelas 18 horas, mais uma conferência.

O convidado desta vez é o Prof. António Costa Pinto, que vai analisar o percurso, contexto e identificação das principais linhas de força que marcaram a revista Integralismo Lusitano. O conferencista é por demais conhecido como comentador político habitual nas nossas televisões, mas o seu currículo profissional e científico pode ser consultado AQUI, através da sua página pessoal.

Quanto à revista e à temática a abordar, permitam-nos uma passagem por alguns dos tópicos onde esse problema foi aqui abordado, consultando AQUI. Além disso, consultar um artigo do conferencista sobre o assunto AQUI, outro texto AQUI, de Manuel Braga da Cruz, ainda um artigo de Paulo Archer de Carvalho, relativamente recente, que pode ser consultado AQUI  e um trabalho talvez menos conhecido, sobre uma das principais figuras do Integralismo Lusitano, António Sardinha, cujo texto pode ser consultado AQUI.

Uma sessão certamente muito interessante e proveitosa, para a qual chamamos a atenção dos nossos ledores.

A.A.B.M.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

25 DE ABRIL: O QUE MELHORARIA NA DEMOCRACIA PORTUGUESA?


DIOGO RAMADA CURTO (Historiador):

Melhoraria a distribuição da riqueza, multiplicaria as formas de participação política, quebraria o monopólio dos profissionais da política, tornaria transparente o financiamento dos partidos, lutaria por uma sociedade sem discriminações de classe, raça, credo e género, criaria quotas para a representação das mulheres, salvaguardaria o serviço nacional de saúde e a protecção aos idosos, tornaria mais acessível a leitura de livros, continuaria a rede de bibliotecas, daria melhores condições aos museus e aos arquivos, dignificaria por todos os meios a função dos professores, sobretudo do básico e do secundário, investiria mais na pesquisa científica e na criação artística e musical, trataria os emigrantes como parte integrante do que somos, estabeleceria relações de franca igualdade com as antigas colónias, sem derrapar em mitos paternalistas, e não esqueceria os ideais da Primeira República ridicularizados pelo Estado Novo.

IRENE PIMENTEL (Historiadora):

 Em situação de crise global, é bom regressar aos clássicos que definiram a sociedade civil e política e delinearam o Estado de Direito. Foi o caso de John Locke (1632-1704), segundo o qual todo o poder político legítimo deriva apenas do consentimento dos governados que confiam as suas “vidas, liberdades, e posses” à comunidade, tornada política. Mais tarde, outros filósofos definiram a separação de poderes, acrescentando ao legislativo e executivo, o judicial. Continuo adepta de uma democracia representativa, aceitando delegar em instituições democráticas o poder que não exerço directamente. Mas urge aprofundar o Estado democrático e o funcionamento da sociedade civil, de modo a que os partidos voltem a representar os que neles delegam. Por outro lado, face ao abuso do poder, não haverá direito de resistência civil? É que, como diz Locke, a comunidade política pode ser dissolvida sempre que o detentor do poder desrespeita a lei, perdendo assim o direito a ser obedecido.

 Y. K. CENTENO (Escritora):

 Se há diferença, na nossa democracia, quanto ao entendimento geral do que é a Democracia – trazida até ao Ocidente por Platão no desenho de uma sociedade justa -, faltará muito para melhorar.

A minha reflexão prende-se ainda com os conceitos de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, estruturantes de um século XVIII que para mim é o século I da nova Era.

Mas impõe-se:

1. Recuperar a Ética quanto à dignidade de carácter, à honestidade intelectual, ao respeito mútuo, liberdade e correspondente responsabilidade, na intervenção social e política.

2. Recuperar a Estética: embora Platão expulse o poeta da cidade perfeita, a dimensão do Belo amplia, na sua criação e contemplação, uma actividade e um sentimento que devem ser repartidos dando condições de acesso a toda a sociedade.

3. Por fim: valorizar a Educação e a Cultura, nos seus espaços próprios, fomentando uma contínua existência e desenvolvimento.

 
in, “25 de Abril – O que melhorariana democracia portuguesa? Personalidades propõem mudanças para Portugal”, jornal Público, 25/04/2013 [ler TUDO AQUI & AQUI]

J.M.M.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA A REPÚBLICA!

 
MORTE  AO  FASCISMO   REPÚBLICA   MORTE AO FASCISMO   REPÚBLICA   MORTE AO FASCISMO   REPÚBLICA   ABAIXO A GUERRA COLONIAL   LIBERDADE   ABAIXO A GUERRA COLONIAL   LIBERDADE   ABAIXO A GUERRA COLONIAL   LIBERDADE   M.F.A.   25 DE ABRIL   O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO   M.F.A.   25 DE ABRIL   O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO   M.F.A.   25 DE ABRIL   O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO   M.F.A.   PÃO   PAZ   TERRA   INDEPENDÊNCIA NACIONAL   VITÓRIA   PÃO   PAZ   TERRA   INDEPENDÊNCIA NACIONAL   VITÓRIA   PÃO   PAZ   TERRA   INDEPENDÊNCIA NACIONAL   VITÓRIA   
 
FOTO de Elisa M., com a devida vénia
 
J.M.M. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A RES PUBLICA: CONFERÊNCIA NA FLUL POR ANTÓNIO VENTURA

O núcleo de aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa tem vindo a levar a efeito um ciclo de conferências subordinado ao título "A Res Publica Hoje", onde já participaram por exemplo Marçal Grilo e Jorge Miranda.

Amanhã, dia 23 de Abril de 2013, na FLUL, pelas 18 horas, o Professor António Ventura vai realizar também uma conferência neste ciclo a que deu também o simples título de A Res Publica.

Este ciclo de conferências conclui no próximo dia 16 de Maio, com o Bispo D. Januário Torgal Ferreira.

Uma interessante iniciativa do Núcleo de Alunos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a que desejamos as maiores felicidades e muito sucesso.

A.A.B.M.

LEILÃO DE LIVROS DE LUÍS BURNAY


A Livraria Luís Burnay realiza a partir de hoje, e nos próximos dois dias, um leilão de livros antigos que pertenceram à Biblioteca do Professor Doutor José António Ferreira de Almeida e de outras proveniências.

São 979 lotes de livros que vão a leilão,  que se distribuem da seguinte forma ao longo dos três dias de leilão:
-22 de Abril: 1 a 335;
-23 de Abril: 336 a 670;
- 24 de Abril: 671 a 979. 

Destacam-se vários títulos de imprensa, fotografias, diversos títulos de Agustina Bessa Luís, António Botto, Eugénio de Castro, publicações sobre Arquivos e Manuscritos, Bibliografia com vários catálogos, Biografias, Contos, Música, Alexandre Herculano, obras de História, uma interessante Olisiponense (vários autores e obras sobre Lisboa), Literatura Espanhola, Wenceslau de Moraes, Almada Negreiros, Vitorino Nemésio, inúmeras obras de contos em língua essencialmente em inglês, múltiplos títulos de autores espanhóis, sobre e de Goethe (em várias línguas), um conjunto apreciável de obras sobre a literatura e a cultura Japonesa e Indiana, algumas obras de Teixeira de Pascoaes e de Fernando Pessoa, entre muitas outras coisas.

O leilão realiza-se nas instalações da Livraria Luís Burnay, na Rua das Chagas em Lisboa, a partir das 18 horas.

O catálogo completo do leilão pode ser descarregado/consultado AQUI.

A.A.B.M.

domingo, 21 de abril de 2013

SÉRGIO JOAQUIM PRÍNCIPE

 


FOTO: Sergio Principe, “Ecos de um Atentado Bolchevista”, Elvas, Tip. Progresso (Rua de Manuel Gomes Estela, 2 B), 1923, 271 págs.

Este é um livro raro e simultaneamente curioso, impresso em Elvas na célebre Tipografia Progresso, de António José Torres de Carvalho. O seu autor, Sérgio Joaquim Príncipe (Elvas, 25-1-1880), foi funcionário dos Caminhos de Ferro Portugueses, começando em 1913 a militar do seu sindicato” [via António Ventura Facebook]

[BIOGRAFIA de SÉRGIO JOAQUIM PRÍNCIPE retirada integralmente do livro de António Ventura, “A Maçonaria no Distrito de Portalegre (1903-1925)”, com a devida vénia]

«Sérgio Príncipe, nasceu em Elvas, freguesia de Assunção, a 25 de Janeiro de 1880, filho de José Joaquim Príncipe, comerciante, e de mãe incógnita [António Ventura, ibidem]. O pai era um destacado republicano local e comerciante estabelecido desde 1878.

Foi maçon, iniciado em 2 de Junho de 1910 na Loja Fraternidade nº 290, do REAA, de Óbidos, com o nome simbólico de “Murillo”.

Empregou-se nos Caminhos-de-Ferro Portugueses, começando em 1913 a militar no seu sindicato. Quando residia em Caldas da Rainha pertenceu ao Centro Democrático local, mas logo abandonou o PRP [foi colaborador do periódico local do PRP, “O Defensor]. Foi eleito, na assembleia magna da classe de 6 de Janeiro daquele ano, para integrar a comissão que procurou resolver o problema da Caixa de Reformas e Pensões, desempenhando um papel destacado na organização e direcção da greve ferroviária de Janeiro de 1914, durante a qual foi preso, deixando então a empresa no meio de acesa polémica com antigos companheiros, granjeando fama de revolucionário e de perfilhar ideias avançadas. Mesmo durante a época em que foi ferroviário, dedicou-se ao comércio de caça, frutas, conservas e artigos de novidades em Elvas, Caldas da Rainha, Queluz, Coruche, Leiria e Portalegre. Depois da morte do pai, constituiu a firma Príncipe & Companhia, Filhos Sucessores de José J. Príncipe. Em 1916 tomou de trespasse uma loja na Rua de Santo António da Sé nº 14 e 16, em Lisboa, e abriu um armazém de mercearia e papelaria, que teve de trespassar em 1917.  

Atraído, como tantos sindicalistas, pelo sidonismo [cf. António Ventura Facebook] depois do golpe de Sidónio Pais, desempenhou o cargo de adjunto do Diretor-geral dos Transportes Terrestres, Cunha Leal, a convite de Machado Santos, pedindo a demissão a 8 de Junho de 1918. Neste ano foi eleito 1º Secretário da Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa, fazendo eco das reivindicações da sua classe e sendo preso duas vezes: em Julho e em Outubro.

Em 2 de Novembro daquele ano fundou a empresa Príncipe & Companhia, com António Joaquim Príncipe, para comércio de mercearias e outros artigos, a qual será dissolvida em 1923. Estava situada em Elvas e era distinta da Príncipe & Companhia, de Lisboa, instalada na Calçada do Correio Velho.

Em Novembro de 1919 foi um dos organizadores do congresso das associações comerciais e industriais, da qual nasceu a proposta da constituição de uma federação. Os estatutos da Confederação Patronal foram aprovados em Maio de 1921, sendo Sérgio Príncipe eleito Presidente do Conselho Superior da agremiação.

Entre 1920 e 1922, lançou as bases de uma organização secreta, a Grande Ordem dos Cavaleiros do Patronato, com uma clara inspiração maçónica. A 8 de Setembro de 1922, quando passava na Rua de Santo António da Sé, foi atacado por dois indivíduos, um dos quais o apunhalou [nas costas e ventre] e o outro disparou contra ele dois tiros
 
 
 

[no jornal “A Capital”, do dia 9, é dito que foi encontrado no punhal que o vitimou, um papel justificando o ataque, em nome da Legião Vermelha, por ter contribuído para o insucesso de várias greves; mais refere que não foi atingido por tiros; no dia 12, o jornal tem na sua 1ª pág. o artigo, “Os Últimos Atentados e a Legião Vermelha”, onde refere o caso dos ataques feitos a Sérgio Príncipe e ao operário José Gomes Pereira, conhecido por o “A’vante”, por terem sido considerados “traidores à classe operária”; consultar, ainda, “A Vanguarda” e o “Diário de Lisboa”, dos dias 9 e segs].

Gravemente ferido, Sérgio Príncipe foi conduzido ao Hospital de São José e submetido a intervenção cirúrgica. Sobreviveu e regressou a Elvas, demitindo-se do cargo que detinha na Confederação Patronal.

Escreveu então um livro sobre a sua experiencia recente: “Ecos de um Atentado Bolchevista” (Elvas, Tipografia Progresso, 1923), anunciando que ia abandonar o pais com destino a África. – “Vou partir. Terras longínquas me servirão de nova Pátria”.

Fixou-se em Angola, em Sá da Bandeira, onde geriu o “Huíla Planalto Hotel”, que promoveu através de uma curiosa brochura na qual propagandeava a região e a especialidade do Hotel, os “pastéis da Huíla”.

Fundou e dirigiu o jornal Ecos do Sul (Sá da Bandeira, 1933, 4 números) e publicou diversos trabalhos sobre Historia e Etnografia, com destaque para o romance “Diamantes que falam” (Lobito – aliás Penafiel –, Tip. Germana, 1966) e “O Regime Municipalista em Angola” (Lobito – aliás Penafiel – Tip. Germana, 1966) [ainda, “Palavras de Desafronta (Ecos das últimas greves ferroviárias), Lisboa, Tip. F. Monteiro & Cardoso, 1916, 95 pags; “Rectificação histórica à memória do Infante D. Henrique, Lobito, 1961, 199 pags.]

Casou em 1947 em Lisboa, e uma segunda vez em 1954.

Morreu em 25 de Janeiro de 1971»  [António Ventura, ibidem]

J.M.M.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

IDEÁRIO POLÍTICO, PEDAGÓGICO E LITERÁRIO DE ANA DE CASTRO OSÓRIO: CONFERÊNCIA EM FAMALICÃO

No âmbito do ciclo de conferências Pedagogos e Pedagogia em Portugal, organizado pelo Museu Bernardino Machado, vai realizar-se amanhã uma nova sessão pelas 21.30h.

O convidado desta sessão é o Doutor João Esteves, que vai apresentar uma conferência subordinada ao título: O ideário político, pedagógico e literário de Ana de Castro Osório.

João Gomes Esteves já tem uma grande quantidade de publicações sobretudo ligadas ao feminismo, e, em particular, durante o período da República. O seu currículo de produção historiográfica pode ser consultado AQUI. Este historiador do feminismo português também partilha do nosso interesse pela blogosfera, e costuma, ainda que não regularmente, com pena nossa devemos acrescentar, colocar alguns apontamentos sobre o tema que o apaixona no seu blog pessoal Silêncios e Memórias, que aproveitamos para divulgar junto dos nossos ledores.

Um evento a desejamos muito sucesso, com um grande conhecedor do tema e do percurso de Ana de Castro Osório.

A.A.B.M.

ISTO É UM ASSALTO. A HISTÓRIA DA DÍVIDA EM BANDA DESENHADA

 
 

LIVRO: "Isto é um Assalto. AHistória da Dívida em Banda Desenhada";
AUTORES:
Mariana Mortágua, Francisco Louçã; ilustração de Nuno Saraiva.

EDITORA: Bertrand, Abril 2013, 184 pags.

«A banca e a troika. A escalada dos impostos, os cortes salariais e o aumento do desemprego. Quem paga a factura? As respostas chegam em banda desenhada, no livro Isto é um assalto, da autoria dos dirigentes do BE e economistas, Francisco Louçã e Mariana Mortágua, lançado nesta quarta-feira em Lisboa.
”Este livro descreve o assalto que Portugal está a sofrer. Eles estão a cobrar impostos acima das nossas possibilidades, a retirar subsídios de férias e de Natal que eram as nossas possibilidades, a destruir o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e a Segurança Social, que deveriam ser a devolução dos nossos tributos. Eles querem tudo”, resume-se na contra capa do livro escrito a duas mãos e com ilustrações de Nuno Saraiva.
A “história deste assalto moderno” é contada ao longo de quase 170 páginas. Fazem-se contas e cobra-se a factura à banca e à austeridade, à "chantagem da dívida" e ao flagelo do desemprego. No final, os dois economistas deixam um desafio: “Isto é um assalto! Vamos fazer-lhes frente?”» [in Público]
 

 
J.M.M.

 

terça-feira, 16 de abril de 2013

BOURBON E MENEZES (Parte II)


 
Uma das primeiras publicações que conhecemos de Bourbon e Menezes foi a parceria com Gonçalves Cotta, numa publicação que estava subordinada ao título ”GRANDE E HORRIVEL CRIME! Publicação semanal de combate e de critica politica e literária". Nº 1. Lisboa, [s.n.],  [1915]. In-8º (19cm) de 16 p. ; B.
 
Sumario:
 
A quem ler.
Bourbon e Menezes – Democracia e Infercarcia: Politica infecciosa; A «superstição da lei»; A educação politica dos nossos políticos; Como sair «disto?»; Pela monarquia nunca!”. Um opúsculo extremamente crítico, dos muitos que na época se publicaram.

Os paradoxos de Adéme”. Pref. de Júlio Dantas. (Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 1917), um dos mais antigos livros de Bourbon e Menezes, publicado em 1917, quando Portugal já estava envolvido na I Guerra Mundial, de que ele tinha sido um dos defensores do nosso envolvimento no conflito.

Por causa da publicação no jornal "A Noite" de um documento considerado confidencial, o jornalista e indefectível republicano guerrista, Bourbon e Meneses, sofreu o vexame da prisão em 1920 [Ver Biblioteca Nacional [B.N.] - Espólio Bourbon e Menezes, dossier Questão do Documento, que inclui recortes de artigos publicados em outros jornais sobre o caso].

Bourbon e Menezes desempenhou as funções de secretário particular de Bernardino Machado, nos dois momentos em que este ocupou as funções de Presidente da República. Durante o período complicado do início da Ditadura Militar, acompanha de perto da transmissão de poder do Presidente da República para Mendes Cabeçadas. Ao começo da tarde do dia 30 de Maio de 1926, sai uma nota da presidência da república anuncia as circunstâncias e José Mendes Cabeçadas presta compromisso de honra cerca das 20 horas desse dia. Bernardino Machado, através do seu secretário, Bourbon e Menezes, conferencia no Palácio de Belém, com os majores Ribeiro de Carvalho e Francisco Aragão, tentando também contactar com Brito Camacho que, entretanto, já tinha retirado para Aljustrel.

No decurso da sua vida jornalística envolveu-se em várias polémicas, escrevendo com ironia, sarcasmo e com bastante contundência. Resultado disso foi o duelo que travou com Homem Cristo Filho, num “duelo que ficou memorável pelo aprumo e bravura dos dois combatentes” (“Bourbon e Meneses morreu hoje cerca do meio-dia”, República, Lisboa, 8-09-1948, Ano XXXVIII, 2ª Série, nº 6412, p. 5, col. 3 e 4).

Outra das polémicas jornalísticas em que se envolveu aconteceu em 1931, quando trocou argumentos com Raul Proença (vide Seara Nova, nº 240, 26-02-1931, p. 380-383).

Em 1929 foi o responsável pela recolha dos sonetos dispersos Eduardo Metzner que publicou com o título Diamantes Negros. Em 1929 publicou um opúsculo que reunia alguns artigos que havia publicado sobre o 19 de Outubro de 1919. Em 1930 publicou uma obra polémica e crítica do Diário de João Chagas.

Republicano entusiasta, colaborou com frequência na imprensa de propaganda republicana. Em 1931 filia-se no Partido Socialista Português, do qual foi irradiado em 1933, depois de um incidente com o líder do partido Amílcar Ramada Curto. Na conferência Socialista de Coimbra, realizada em 1933, foi o relator de uma proposta de programa desse partido e redactor do mesmo quase integralmente. Era também um cronista do melhor recorte literário, com regularidade dedicava-se à crónica literária, à critica de arte, interessado na vida musical e grande apreciador da festa brava sendo também crítico do movimento tauromático.

[NOTAEm continuação.]
 
A.A.B.M.



segunda-feira, 15 de abril de 2013

LEILÃO DE LIVROS DE MANUEL FERREIRA: BIBLIOTECA DE JOSÉ JOAQUIM PEREIRA DE LIMA

A partir de amanhã vai estar patente a exposição dos livros a leilão organizado pela Livraria Manuel Ferreira que vai levar à praça a Biblioteca de José Joaquim Pereira de Lima.

Os 1314 lotes a leilão distribuem-se da seguinte forma ao longo de quatro dias:
- 17 de Abril: 1 a 329;
- 18 de Abril: 330 a 663;
- 19 de Abril: 664 a 976;
- 20 de Abril: 977 a 1314.

Um catálogo de obras dominado pela História, com particular atenção nos temas do liberalismo em Portugal, as invasões francesas, um conjunto de obras sobre Napoleão, sobre D. Miguel, com vários títulos dedicados à Maçonaria, ao periodismo e à Independência do Brasil.

Para os interessados em conhecer melhor a região do Porto pode encontrar um interessante conjunto de almanaques da cidade do Porto e do distrito que permitem esclarecer muitas vezes pequenos detalhes fundamentais sobre determinadas personalidades em contextos já muitas vezes pouco conhecidos.

Outro dos núcleos de obras que saltam à vista é o conjunto muito apreciado de títulos de José Liberato Freire de Carvalho e, particularmente, de José Agostinho de Macedo, com algumas obras pouco vulgares e menos conhecidas, para o qual chamamos a atenção de alguns interessados.

Não podemos também deixar de referir uma curiosa camoniana, com alguns títulos e edições raras que podem chamar a atenção dos coleccionadores/apreciadores do tema.

O catálogo completo do leilão pode ser consultado/descarregado AQUI.

A.A.B.M.


domingo, 14 de abril de 2013

EZEQUIEL DE CAMPOS: A TERRA COMO UM BEM SOCIAL - CONFERÊNCIA

Amanhã, 15 de Abril de 2013, pelas 17.30 h, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, vai realizar-se no âmbito do Seminário de Teoria Social e Pensamento Contemporâneo, no ciclo de Pensamento Social em Portugal, coordenado pelo Prof. José Luís Garcia, através do Grupo de Estudos em Comunicação, Ciência e Tecnologia uma conferência subordinada ao título Ezequiel de Campos: a Terra como um bem social, pela investigadora Teresa Nunes.

O currículo da investigadora pode ser consultado AQUI e demonstra um conhecimento aprofundado da personalidade de Ezequiel de Campos e das ideias que foi defendendo ao longo da vida.

Com os votos do maior sucesso.

A.A.B.M.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

HOMENAGEM A RAÚL RÊGO: CONFERÊNCIAS/EXPOSIÇÕES NO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO

 

HOMENAGEM A RAÚL RÊGO no Centenário do seu Nascimento
 
"Raul d’Assunção Pimenta Rêgo (Morais, Macedo de Cavaleiros, 15.04.1913 - Lisboa, 1.02.2002). Formado em Teologia (1936), mas nunca ordenado padre, afastou-se cedo da Igreja. Começou a sua actividade como professor - profissão que teve de abandonar por pressão do Governo – enveredou pelo jornalismo: Seara Nova (1937), Agência Noticiosa Reuters (Portugal), Jornal do Comércio (1942-1971) e Diário de Lisboa (1959-1971). Uma nova fase da sua vida de jornalista começou no jornal República, em 1971, quando integrou a direcção deste vespertino lisboeta (um dos principais jornais defensores dos direitos cívicos e democráticos durante o Estado Novo) que acaba, em 1975, devorado pela própria Revolução, por não querer abdicar dos seus princípios. Raul Rêgo passa a dirigir A Luta, jornal criado em 1975, tendo por base os mesmos valores.
 
Desde sempre democrático e republicano, a sua presença foi uma constante nas principais manifestações cívicas e anti opressão, tendo conhecido a cadeia por mais de uma vez. Ajudou a fundar o Partido Socialista, em 1973. Foi deputado, ministro e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, depois da Revolução de Abril (1974). Entrou para a Maçonaria, quando esta organização se encontrava em clandestinidade (1971), sendo Soberano Grande Comendador (1984-1988) e Grão-Mestre (1988-1990), no Grande Oriente Lusitano.
 
Conciliou a sua vida de jornalista e de político com a de homem da cultura, como escritor e como historiador. Como Humanista que era, tinha como exemplo Erasmo e como paixão os livros – que coleccionava e estudava, sendo um dos principais bibliófilos portugueses.
 
No mínimo que fazia, colocava sempre e sempre os valores da dignidade humana acima dos seus interesses. Tome-se, apenas como exemplo: a denúncia dos actos da Inquisição aproveitando, assim, para denunciar os procedimentos da polícia política. Entre as muitas obras que escreveu destaquem-se três, como exemplos das suas preocupações e interesses: História da República, Lisboa, 1986; O último regimento da inquisição portuguesa, Lisboa, 1971; O processo de Damião de Goes na Inquisição, (2.ª ed, Lisboa, 2007)" [João Alves Dias - ler MAIS AQUI]

CONFERÊNCIAS/EXPOSIÇÕES:

DIA: 15 de Abril de 2013 (18 horas);
CONFERÊNCIA/MOSTRA: “Raúl Rêgo Bibliófilo” [com emissão do “Selo do Centenário de Nascimento”;
LOCAL: Biblioteca Nacional de Lisboa.

DIA: 16 de Abril de 2013 (18 horas);
CONFERÊNCIA/EXPOSIÇÃO: “Raúl Rêgo – Pena de Ouro, Jornalista da Liberdade”;
LOCAL: Biblioteca Museu República e Resistência.

DIA: 7 de Maio a 29 de Junho de 2013;
MOSTRA BIBLIOGRÁFICA: “Raúl Rêgo Jornalista”;
LOCAL: Hemeroteca Municipal de Lisboa.

DIA: 23 de Maio de 2013 (18 horas);                                                
CONFERÊNCIA: “O 'caso República' na 'imprensa de direita'. Uma aproximação histórica ao problema a partir do semanário Tempo (1975)";                       
LOCAL: Hemeroteca Municipal de Lisboa.

DIA: 24 de Junho de 2013 (18 horas);
CONFERÊNCIA /EXPOSIÇÃO: “Raúl Rêgo – Maçon e Grão-Mestre do GOL”;
LOCAL: Museu Maçónico Português.

DIA: 5 de Outubro de 2013 (18 horas);
CONFERÊNCIA /EXPOSIÇÃO: “Raúl Rêgo – Percurso, Vida e Obra”;
LOCAL: …a definir.

J.M.M.

LVSITANIA – REVISTA DE ESTVDOS PORTVGVSES


LVSITANIA – REVISTA DE ESTVDOS PORTVGVSES, Lisboa, Janeiro de 1924 a Outubro de 1927, X fasc, 492 pgs

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

JOAQUIM MAGALHÃES: LOULETANO TAMBÉM, POR MOTIVAÇÕES FAMILIARES E NÃO SÓ! - CONFERÊNCIA

No âmbito da exposição organizada pela Biblioteca da Universidade do Algarve dedicada ao Prof. Joaquim Magalhães, a que já fizemos referência AQUI, vai realizar-se no próximo dia 11 de Abril, pelas 18 horas, a conferência por Luís Guerreiro, que conviveu durante anos com esta figura importante no Algarve do século XX.

O tema desta conferência será Joaquim Magalhães - Louletano também, por motivações familiares e não só!.

A sessão realizar-se-à na Sala de Seminários da Reitoria em Gambelas (Edif. Biblioteca 1º andar).

Com os nossos votos do maior sucesso.

A.A.B.M.

terça-feira, 9 de abril de 2013

AINDA O 9 DE ABRIL DE 1918

Um interessante artigo extraído de uma publicação, de número único, intitulada A Raça, publicada em 09 de Abril de 1930.

Toda a publicação é dedicada à participação portuguesa na Grande Guerra e conta com colaborações preciosas de muitos dos intervenientes como o General Luís Augusto Ferreira Martins [cuja nota biográfica pode ser consultada AQUI.] ou Assis Gonçalves [cuja nota biográfica pode ser consultada AQUI.]. Além disso, conta com uma ilustração de um quadro do pintor que se notabilizou durante a I Guerra Mundial, Sousa Lopes [ com uma excelente nota biográfica disponível AQUI.].

[NOTA: Descarregar a imagem para ver melhor o artigo]

A.A.B.M.

9 DE ABRIL DE 1918 - 9 DE ABRIL DE 2013


No dia em que se assinala os 95 anos da Batalha de La Lys, fomos tentar descobrir que ainda fala/publica sobre o assunto.

Mais do que lembrar o acontecimento, importa sobretudo compreender as suas consequências. Estas, para Portugal, foram terríveis. Foi um dos momentos decisivos da I Guerra Mundial e sobretudo, para as tropas do Corpo Expedicionário Português, tiveram consequências desastrosas. Este acontecimento fez agravar ainda mais a débil situação económica, política e social que se vivia em Portugal. 

Ao nível político, a participação de Portugal na Guerra, fez desagregar o sistema partidário português. As principais figuras da propaganda republicana, que tinham muitas delas defendido a participação de Portugal na Guerra, afastaram-se da vida política nacional. Surgiram novas figuras e múltiplos partidos e facções que só vieram degradar cada vez mais a vida política em Portugal, arrastando-o para uma instabilidade permanente. As revoltas, conspirações e tentativas revolucionárias intensificam-se com o final da guerra. Os militares tornam-se cada vez mais protagonistas desses movimentos que vão culminar com a revolta de 28 de Maio de 1926.

Ao nível económico, a situação degrada-se cada vez mais. As despesas de guerra implicaram a falência da frágil economia da República. A população vivia, na sua grande maioria, ligada à agricultura e sentia cada vez mais a carestia de vida. Os preços a aumentar, a fome da população e os açambarcadores a especularem com os preços dos bens essenciais conduziram a várias crises de abastecimentos que os governos tiveram muita dificuldade em combater e resolver, em parte devido aos problemas da instabilidade política e à legislação muitas vezes contraditória. Uma das medidas positivas foi o apoio concedido à criação do Crédito Agrícola e que conduziu ao aparecimento das caixas de crédito agrícola que ainda hoje existem pelo País. Por outro lado, o lento processo de industrialização, com um reduzido número de fábricas e com um operariado muito localizado, com baixos salários. Durante a guerra, uma das indústrias que conheceu algum florescimento, tal aconteceu depois na 2ª Guerra Mundial, foi a indústria de conservas (em particular de peixe). Os principais sectores industriais eram a indústria têxtil, a moagem, as madeiras e mobiliário, a metalurgia, a indústria corticeira, a cerâmica, o vidro, a indústria química e, por fim, a indústria dos cimentos. As grandes concentrações industriais localizavam-se preferencialmente junto ao litoral, nas periferias de Lisboa, Porto, Setúbal, na região do Ave e na região de Leiria.

A nível social, os governos da República tentaram adoptar um conjunto de medidas que poderiam favorecer o operariado: decretou-se a semana das 48 horas de trabalho; estabeleceu-se a obrigatoriedade do seguro social (para acorrer nos momentos de doença, acidente, velhice); construíram-se bairros operários por conta do Estado. No entanto, estas medidas legislativas acabaram por nunca conseguir avançar porque nunca foram regulamentadas e, na prática nunca chegaram a ser implementadas. Os salários, em especial dos funcionários públicos, continuaram a baixar de acentuada. Os movimentos grevistas associados a situações de revoltas locais, assassinatos, atentados à bomba foram uma constante, por exemplo no ano de 1919. A emigração, em especial para o Brasil, foi uma constante durante todo o período da República, e embora tenha diminuído durante a Grande Guerra, foi depois retomada de forma regular.

Fazendo uma pesquisa na internet procuramos localizar que ainda relembra os acontecimentos de 9 de Abril de 1918, no último mês e encontramos ainda alguns cidadãos portugueses com memória, que recordam, homenageiam ou traçam algumas opiniões sobre a Batalha de La Lys.
Vejamos então:
- O único jornal diário (com edição online) que recorda os acontecimentos é o Correio da Manhã, AQUI, por J. V.;
- João Tilly no seu blogue também recorda os acontecimentos AQUI.
- O Dr. Manuel Sá Marques também recorda os acontecimentos AQUI.
- O Dr. Emílio Ricon Peres, assinala a efeméride no blogue Memória da República AQUI.
- Fernando Morais Gomes, no blogue O Reino de Klingsor, refere o assunto AQUI.
- António Manuel Fontes Cambeta, no seu blogue O Mar do Poeta, recorda o evento AQUI.
- Carlos Loures, no blogue A Viagem dos Argonautas, evoca os acontecimentos acompanhando de um video documentário AQUI.
- Luís Barata, no blogue Prosimetron assinala a efeméride AQUI.
- José Neves no seu blogue APC Gorjeios recorda o envolvimento familiar nos acontecimentos AQUI.
- Tiago JVGFno blogue Cruz de Guerra assinala a efeméride AQUI.

Outro provavelmente irão referir-se aos acontecimentos ao longo do dia, mas até às 16 horas estas eram as referências disponíveis.

Um acontecimento histórico que os portugueses ainda vão lembrando, mesmo passando quase 100 anos após a terrível batalha.

[NOTA: a fotografia retrata o acampamento da 2ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português, em 1918.]

A.A.B.M.

AOS SOLDADOS PORTUGUESES CAÍDOS NA BATALHA DE LA LYS


AOS SOLDADOS PORTUGUESES CAÍDOS NA BATALHA DE LA LYS